sexta-feira, 12 de junho de 2009

As Principais Divindades

Estátua do deus Amon em sua forma humana (18ª dinastia)
Egyptian National Museum - Cairo, Egito.

Amon foi visto como rei dos deuses e como força criadora de vida. Deus local de Karnak, constitui uma família divina com sua esposa Mut e seu filho Khonsu. Amon era também considerado o rei dos deuses. Muitas vezes era associado ao deus , formando assim o deus Amon-Rá, o deus que traz o sol e a vida ao Egito. Era representado na forma de um homem em túnicas reais com duas plumas no cabelo.



Atum é um deus da mitologia egípcia que protagoniza o mito da criação de Heliópolis. O seu nome em egípcio era Itemu, o que significa "Totalidade" ou "Estar completo". Inicialmente associado à terra, Atum passa a estar ligado ao sol, sendo entendido como uma manifestação deste ao entardecer.
Recentemente foi descoberto nas catacumbas do IAGA o suposto filho de Atum, Latarius, que teria participado na criação do universo com Atum, ficou apenas com o status de servidor de Jonas, a sua função exata até hoje é desconhecida pelas antigas inscrições egipcias.

Shu em painel de madeira do período ptolemaico (332 - 30 a.C.)
Malloy Egyptian Collection

Chu (ou Shu) é o deus egípcio do ar seco, do estado masculino, calor, luz e perfeição. Esta divindade é responsável por separar o céu da terra e é quem traz a vida com a luz do dia. Chu criou também as estrelas pelas quais os seres humanos podem elevar-se e atingir os céus e as colocou na cidade de Gaaemynu. Ele só se tornou popular a partir do Império Novo.


Faraó Ramsés II e Geb, Deus da Terra - Crédito da foto: Conselho Supremo de Antiguidades do Egito. Encontrado em um dos quatro templos descobertos recentemente em Qantara, no Egito.
Geb é o deus egípcio da terra, e também é considerado deus da morte, pois acreditava-se que ele aprisionava espíritos maus, para que não pudessem ir para o céu. Ele estimula o mundo material dos indivíduos e lhes assegura enterro no solo após a morte. Geb umedece o corpo humano na terra e o sela para a eternidade. Suas cores eram o verde (vida) e o preto (lama fértil do Nilo), responsável pela fertilidade e pelo sucesso nas colheitas.


Estátua de Hator no Museu de Luxor, Egito. Ela está datada na 18ª dinastia e foi encontrada no Templo de Luxor (foto by Kim Bach).

Museu do Louvre: Sistros do Antigo Egito em faiança. O sistro é um instrumento de percussão que produz um som achocalhado. A faiança é uma forma de cerâmica branca, mas houveram exemplares de sistros em bronze e em madeira.

Hator é uma das deusas mais veneradas do Egito Antigo, a deusa das mulheres, dos céus, do amor, da alegria, do vinho, da dança, da fertilidade e da necrópole de Tebas, pois sai da falésia para acolher os mortos e velar os túmulos. A deusa trazia a felicidade como a legítima portadora do sistro e era chamada de "dama da embriaguez", sendo muito celebrada em festas.


Na cidade de Edfu, o deus Hórus foi muito adorado e é o endereço do majestoso templo que foi erguido em sua homenagem. O Templo de Hórus é um dos edifícios sagrados mais conservados da civilização do Antigo Egito.



O falcão é a representação desta divindade, mas pode ser visto como cabeça de falcão em corpo de homem. Esta estátua de granito adorna a entrada do Templo em Edfu.

Hórus é o deus dos céus, filho de Osíris e Ísis, embora sua concepção tenha ocorrido após a morte do pai. Segundo a mitologia egípcia, Hórus matou Seth (O Diabo, o Mal), tanto pela vingança da morte do pai, como pela disputa do comando do Egito. Ele perdeu um olho nessa luta que foi substituído por um amuleto de serpente, o qual os faraós passaram a usar na frente das coroas. O olho de Hórus, anteriormente chamado de Olho de , simbolizava o poder real e foi um dos amuletos mais usados no Egito em todas as épocas. O olho que Hórus feriu (o olho esquerdo) é o olho da lua, o outro é o olho do sol. Esta é uma explicação dos egípcios para as fases da lua, que seria o olho ferido de Hórus.
Depois da recuperação, Hórus pode organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Seth, tornando-o rei dos vivos no Egito.


As obras de construção do Templo de Ísis (foto acima) iniciaram-se durante o reinado de Ptolemeu II ( 284-246 a.C ) na pequena ilha de granito Philae, e continuaram durante os reinados dos Ptolemeus IV, V, VI, VII e XI. Os monumentos de Philae estavam submersos quando o nível de água do rio Nilo ascendeu devido à construção da Grande Barragem. De acordo com o projeto do governo egípcio e a UNESCO para salvar o Templo e demais monumentos, a ilha vizinha de Agilica foi bem preparada para assemelhar-se a topografia da ilha original de Philae. Ao transferir todos os monumentos a nova ilha, iniciou-se o processo de reconstrução que foi concluído em 1980 e a ilha de Agilica passou a ser chamada de Philae.


Deusa Ísis, no templo de Ramsés III (Medinet Habu), Luxor.

Ísis é a deusa-mãe da mitologia egípcia, divindade do amor e da mágica. Quando Osíris, seu irmão e marido, herdou o poder no Egito, ela trabalhou junto com ele para civilizar o Vale do Nilo, ensinando a curar os doentes e introduzindo o conceito do casamento. Ela governava as duas terras, o Alto e o Baixo Egito, com sabedoria enquanto Osíris viajava pelo mundo difundindo a civilização. Seth armou uma cilada para assassinar o rei e ocupar o seu lugar. Ele cometeu o crime e lançou a urna com o corpo do seu irmão ao Nilo. Quando Ísis descobriu o ocorrido, afastou todo o desespero que a assombrava e resolveu procurar o seu marido, peregrinando por todo o Egito na busca do seu amado. Há muitas lendas em torno dessa divindade e desses fatos, a versão de Plutarco, escritor grego, é a mais conhecida dentre elas. As controvérsias são inúmeras desde os rituais de ressurreição usados por Ísis em Osíris até a maneira como conceberam o próprio filho. O mito que se consagrou foi de uma mãe e uma deusa amorosa que tudo perdoava a seus seguidores. Como a Abençoada Virgem Maria, tão conhecida atualmente no Ocidente e no Oriente, a rainha Ísis concebera seu filho por meios divinos. Do morto e castrado Osíris, ela extraiu por conta própria a semente viva. E muitas vezes foi retratada em pinturas ou esculturas com o divino filho, Hórus, sobre o joelho. Tinha o busto nu em total inocência para alimentar o jovem deus.


Estátua da Deusa Néftis (XXII Dinastia) - Museu do Louvre

Néftis é uma divindade da mitologia egípcia. Representava as terras áridas e secas do deserto e a morte. O seu nome significa "Senhora da Casa" ou "Senhora do Castelo", entende-se como casa o lugar onde Hórus vive. A deusa era representada como uma figura feminina com o seu nome em hieróglifo na sua cabeça.
Quarta filha de Nut e Geb, irmã de Osíris, Ísis e Seth, desposou este último. Após uma briga com o marido Seth, fantasiou-se de sua irmã Ísis. Osíris, pensando que era a sua mulher, teve relações com ela. Dessa união, nasceu Anúbis, deus dos embalsamadores. Seth ao descobrir a traição usou como pretexto para esquartejar Osíris e Néftis ajudou Ísis a recolher os restos do corpo.


Nut com o seu corpo alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se estende sobre a terra. É como um abraço da deusa do céu sobre Geb, o deus da Terra.

Nut significa o céu que acolhe os mortos no seu império. Esta deusa egípcia era consagrada tradicionalmente no dia 25 de fevereiro e invocada como a mãe dos deuses. No túmulo de Tutankhamon foi encontrado junto a sua múmia um peitoral no qual era invocado a proteção desta deusa: “Nut minha divina mãe, abre tuas asas sobre mim enquanto brilharem nos céus as imorredouras estrelas”.


Ilustração do Livro dos Mortos: Hórus apresenta o morto para Osíris para o julgamento de sua alma.

Osíris era um deus da mitologia egípcia, associado à vegetação e a vida no Além. Foi um dos deuses mais populares do Antigo Egito, cujo culto remontava às épocas remotas da história egípcia e que continuou até à era Greco-Romana, quando o Egito perdeu a sua independência política. Inúmeros templos foram dedicados à Osíris por todo o país; porém, o seu começo foi como o de qualquer divindade local. Para os seus primeiros adoradores, Osíris era apenas a encarnação das forças da terra e das plantas. À medida que o seu culto foi se difundindo por todo o espaço do Egito, Osíris enriqueceu-se com os atributos das divindades que suplantava, até que, por fim substituiu a religião solar. Por outro lado a mitologia engendrou uma lenda em torno de Osíris, que foi recolhida fielmente por alguns escritores gregos, como Plutarco. A dupla imagem que de ambas as fontes chegou até nós deste deus, cuja cabeça aparece coberta com a mitra branca, é a de um ser bondoso que sofre uma morte cruel e que por ela assegura a vida e a felicidade eterna a todos os seus protegidos, bem como a de uma divindade que encarna a terra egipcia e a sua vegetação, destruída pelo sol e a seca, mas sempre ressurgida pelas águas do Nilo.


Papiro da 21ª Dinastia de Tanis com as formas iconográficas de ao centro: acima o homem com cabeça de falcão e abaixo o pássaro Benu - Museu do Louvre

é a principal divindade da mitologia egípcia, é o Deus do Sol. Como uma das culturas agrícolas mais antigas e mais bem sucedidas da Terra, os antigos egípcios deram ao seu deus sol, , a supremacia, reconhecendo a importância da luz do sol na produção de alimentos. Ao amanhecer, era visto como uma criança recém-nascida saindo do céu ou de uma vaca celeste, recebendo o nome de Khepri. Por volta do meio-dia era contemplado como um pássaro voando ou barco navegando. No pôr-do-sol, era visto como um homem velho descendo para a terra dos mortos, sendo conhecido como Atum. Durante a noite, , como um barco, navegava na direção leste através do mundo inferior em sua preparação para a ascensão do dia seguinte. Em sua jornada ele tinha que lutar ou escapar de Apep, a grande serpente do mundo inferior que tentava devorá-lo. Parte da veneração a envolvia a criação de magias para auxiliá-lo ou protegê-lo em sua luta noturna com Apep, ajudando-o a garantir a volta do Sol. Rá foi adorado desde os tempos mais remotos da história do Antigo Egipto, encontrando-se associado desde cedo à realeza. Segundo alguns relatos, teria vivido em Heliópolis e teria governado o Egito antes do nascimento das dinastias históricas, sendo os faraós seus descendentes. O nome do primeiro rei da II dinastia, Raneb (" é o senhor"), foi a primeira alusão registada ao deus num nome real.


Coroamento do faraó por Seth e Hórus
Templo de Abu Simbel

Seth é o deus egípcio da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes. Seth era encarnação do espírito do mal e irmão de Osíris, o deus que trouxe a civilização para o Egito. Seth era também o deus da tempestade no Alto Egito. Era marido e irmão de Néftis. Ele originalmente auxiliava em sua eterna luta contra a serpente Apep na barca lunar, e nesse sentido Seth era originalmente visto como um deus bom.
No Livro dos Mortos, Seth é chamado "O Senhor dos Céus do Norte" e é considerado responsável pelas tempestades e a mudança de tempo. A história do longo conflito entre Seth e Hórus é vista por alguns como uma representação de uma grande batalha entre cultos no Egito cujo culto vencedor pode ter transformado o deus do culto inimigo em deus do mal. Seth é, na verdade, a representação do supremo sacrifício em prol da justiça.

A deusa representada como mulher usando disco solar e a serpente Uraeus sobre a cabeça de leoa (foto by Gérard Ducher)
Tefnut é a deusa que personificava a umidade e as nuvens. Esta deusa simbolizava a generosidade e também as dádivas, enquanto seu irmão e marido Shu afasta a fome dos mortos, ela afasta a sede. Juntos formaram o primeiro par de divindades da Enneade de Heliópolis.


No Vale das Rainhas existem cerca de oitenta túmulos de rainhas, príncipes e princesas.
Patrimonio Mundial da UNESCO

Pintura de Thot com cabeça de Íbis (ave)
Túmulo de Kaemouaset (filho de Ramsés III)
Vale das Rainhas - Luxor (Na margem ocidental do rio Nilo)

Thot é o deus da sabedoria, é cordato, assistente e secretário-arquivista dos deuses. É uma divindade lunar que tem a seu cargo além da sabedoria, a escrita, a aprendizagem, a magia, a medição do tempo, entre outros atributos. A importância desta divindade era notória, até porque o ciclo lunar era determinante em vários aspectos da atividade civil e religiosa da sociedade egípcia.

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