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terça-feira, 7 de outubro de 2008

A Mitologia Hindu

Eu vou escrever um pouco sobre mitologia hindu porque nas próximas postagens pretendo explanar também sobre mitologia egípcia, grega...
A mitologia descreve Brahmá como tendo surgido de um lótus saído do umbigo de Vishnu e com ele toda a criação. Diz-se também que Brahmá surgiu de um ovo de ouro, Hiranyagarbha, nas águas causais. Sua consorte, Sarasvati, o Conhecimento, manifestou-se a partir dele. Dessa união surgiu toda a criação. É representado com quatro cabeças, simbolizando os quatro Vedas.



Vishnu, a segunda deidade da Trindade hindu, é o responsável pela proteção, manutenção e preservação da criação. A palavra Vishnu significa ‘aquele que tudo impregna’. Sua Shakti, ou seja, seu aspecto feminino, sua consorte é Lakshmi, deusa da prosperidade, riqueza e da beleza. A partir de Vishnu surgem todos os Avataras, aqueles que se encarnam com a missão de restabelecer o Dharma. São dez os avataras: Matsya, Kurma, Varaha, Narasimha, Vamana, Parasurama, Ramachandra, Krishna, Buddha e Kalki.


Rama ou Ramachandra, que significa lua encantadora, ou aquele que brilha na Terra. Sua missão: o cumprimento do Dharma. É o símbolo do grande homem, o perfeito filho, o perfeito marido, irmão, amigo e governante. Sua saga está descrita no épico Ramayana, onde é relatado com detalhes seu casamento com Sita, e sua luta contra o demônio Ravana. Recebeu ajuda de Hanuman nesta empreitada.


Krishna é o mais popular e amado avatara da Índia, com maior número de templos e devotos. Nos Puranas é descrito como um pastor tocador de flauta. No Mahabharata é o sábio que dá o ensinamento a Arjuna no campo de batalha.


Shiva é o aspecto de Brahman, o Absoluto, na Trindade hindu que representa a destruição, a transformação para um novo renascimento. Sua Shakti é Parvati, a matéria.



Devis são as deusas, as mães divinas, aquela que resplandece. Nos Vedas eram apresentadas como energia ou poder do criador, a Shakti. Nos Puranas aparecem como devis. Representam a sabedoria do universo, o aspecto protetor, maternal do Absoluto. Apresentam-se de 5 formas diferentes: Parvati, Durgá, Káli, Lakshmi e Sarásvati.





Parvati é a Mãe do Universo e consorte de Shiva. Simboliza a disciplina, a renúncia, o esforço que leva o devoto ao Conhecimento.


Durga representa o aspecto feroz de Parvati. Montada em um leão ou tigre, ela tem 12 ou 18 braços e em cada mão tem armas dadas pelos deuses. Seu objetivo é ser implacável com os demônios que representam nosso ego e nossa ignorância. Ela nos mostra que devemos ser decididos na destruição de tudo que nos impede de percebermos nossa verdadeira natureza divina.


Kali é o aspecto mais feroz ainda de Parvati. Tem língua roxa, não usa roupa e seu corpo é coberto pelos longos cabelos negros. Usa um colar de caveira, tem quatro braços e leva em cada mão armas de destruição e uma cabeça sangrando. É a devoradora do tempo.


Lakshmi é a consorte de Vishnu. Ela é muito popular na Índia, sendo considerada a mais próxima dos seres humanos. Quer o bem estar de todos sem se preocupar com suas ações ou seu passado. Simboliza a riqueza material e espiritual, representando o nosso universo ilusório.

Sarasvati é considerada a personificação de todos os conhecimentos, artes, ciências e letras. Sem ela Brahmá, seu consorte, não poderia ter criado o mundo. É associada à fertilidade, à purificação, à fala, à linguagem e à palavra.


Filho de Shiva e Parvati, Ganesha é o menino com cabeça de elefante, sendo a mais popular e querida deidade hindu. É o removedor dos obstáculos. A cabeça de elefante representa a grande disposição para escutar, refletir e meditar; a tromba representa o discernimento. O rato que sempre aparece junto representa o desejo, mantido sob controle.

Vedas


Rigveda - 1500 a.C. - Wikipédia (Domínio Público)


Segundo a Wikipédia:

Denominam-se Vedas os quatro textos em sânscrito que formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo, que representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-européia. A palavra Veda, em sânscrito, da raiz विद् vid- (reconstruída como sendo derivada do Proto-Indo-Europeu weid-) que significa conhecer, escreve-se वेद veda no alfabeto devanágari e significa "conhecimento". É a forma guna da raiz vid- acrescida do sufixo nominal-a.

Os vedas consistem de vários tipos de textos, todos datando aos tempos antigos. O núcleo é formado pelos Mantras que representam hinos, orações, encantações, mágicas e fórmulas rituais, encantos, etc...

São estes os quadro Vedas:

Rigveda: (sânscrito: composto tatpurusha de ṛc- (hino) e veda-) significa "veda dos hinos". É o primeiro, na ordem comum de enumeração dos quatro Vedas;

Samaveda: (sânscrito: composto de sāman- (canto ritual) e veda-) significa "veda dos cantos rituais". É o terceiro, na ordem comum de enumeração dos quatro Vedas;

Yajurveda: (sânscrito: composto de yajus- (sacrifício) e veda-) significa "veda do sacrifício". Contém textos religiosos com foco na liturgia, nos rituais e no sacrifício, e como executá-los;

Atarvaveda: (sânscrito: composto de atharvān (um tipo de sacerdote) e veda-). É o quarto veda.

Muitos historiadores consideram os Vedas os textos sobreviventes mais antigos. Estima-se que as partes mais novas dos vedas datam a aproximadamente 500 a.C.; o texto mais antigo (Rigveda) encontrado é, atualmente, datado a aproximadamente 1500 a.C., mas a maioria dos indólogos concordam com a possibilidade de que uma longa tradição oral existiu antes que os Vedas fossem escritos.

domingo, 5 de outubro de 2008

Hinduísmo

Os hindus, resultantes de sucessivos cruzamentos, herdaram o conhecimento religioso dos conquistadores e outros elementos civilizadores. A religião sucessora, o hinduísmo, apesar de conservar os altos conceitos espirituais da religião inicial, através dos séculos foi se contaminando com outros conceitos: sacrifícios de animais, ofertas de alimentos, pluralidade e feminilização dos deuses, autoflagelações, acirramentos dos privilégios e diferenças de castas, as quais chegaram ao número de três mil (!).
O hinduísmo não tem fundador, nem credo, nem organização de espécie alguma, se caracteriza por sua imensa diversidade e de sua capacidade de absorver novos modos de pensamento e expressão religiosa. Possui como raiz o Livro dos Vedas, desse livro os textos mais lidos são os Upanishads. Foram escritos sob a forma de conversas entre mestre e discípulo, e introduzem a noção de Brahma, a Força Essencial do Universo. Ensina que todos os seres vivos nascem, vivem e ao morrerem retornam a Brahma.
Dentro do hinduísmo há uma grande quantidade de movimentos e seitas com visões divergentes, o conceito popular de divindade é politeísta, cada aldeia tem também sua própria divindade local. Mas é possível distinguir três caminhos básicos para que o homem possa escapar do interminável ciclo de reencarnações:
- A Via do Sacrifício – Fazendo sacrifícios e boas ações, muitos hinduístas almejam obter a felicidade terrena, riqueza e boa saúde, assim como, melhorar seu carma para a próxima encarnação e conseqüente libertação do ciclo.
- A Via da Compreensão ou do Conhecimento – Segundo uma idéia central dos Upanishads, é a ignorância que amarra o homem ao ciclo de reencarnações. O conhecimento que traz a salvação é o de que tudo está contido em Brahman, não há separatividade. O Brahman é o Princípio Construtivo do Universo, uma Força que tudo permeia, uma divindade impessoal de onde tudo se origina e retorna. O homem é libertado do ciclo de reencarnações ao adquirir plena compreensão e convicção da unidade entre atman e Brahman, o objetivo é se dissolver em Brahman.
- A Via da Devoção – Essa terceira tendência, surgida no século III a.C., têm sua expressão clássica no poema épico Bhagavad Gita ou Canto do Senhor. Conta as aventuras do guerreiro Arjuna, guiado por Krishna, na guerra simbólica contra seus primos, os quais, na verdade, são seus próprios defeitos, que devem ser vencidos para que ele possa alcançar a própria libertação. O Bhagavad Gita ensina que se o homem se dedica Deus e age desinteressadamente, ele será libertado, pela graça de Deus, do ciclo de reencarnações. O Gita abre um caminho para uma associação mais pessoal com Deus de que os Vedas ou os Upanishads. Sem rejeitar a ascese e a contemplação ele se caracteriza pelo amor e a devoção do homem para com Deus, numa relação mais íntima com a Divindade.
O conceito brâmane de divindade é trinário: Brahma é o Criador do universo; Vishnu é o sustentador, que protege as leis e a ordem universal; Shiva é o destruidor, que na época do final de cada Manvântara, absorve o universo. A adoração Divina se baseia principalmente em Vishnu e Shiva que é também o Deus da meditação e dos yogues, normalmente é retratado como um asceta. Na Bhakti Yoga, Shiva é visto cheio de compaixão, que salva o homem do ciclo de reencarnações. Vishnu é mostrado como um Deus suave e amoroso, normalmente representado como um lindo jovem. Tem como Avatares Rama e Krishna. Krishna é adorado como o senhor do mundo, normalmente é retratado como um terno pastor de ovelhas.

Futuras Postagens

Rama, herói do Ramayana

Vou organizar os quatro principais povos daquela época para podermos manter uma cronologia lógica de evolução histórica, aos quais mais interessam neste blog.

Os Árias surgiram na Índia sob a chefia de Rama, e aí se estabeleceram de forma definitiva, após expulsarem os primitivos habitantes, descendentes dos Rutas. Organizaram poderosa civilização; mais tarde conquistaram e dominaram a Europa até o Mediterrâneo; são seus descendentes todos os povos de pele branca. Entre os primitivos árias da Europa, podemos citar os celtas, gauleses, iberos, germanos, eslavos, getas, etruscos, léticos. O grupo germânico originou os teutões, godos e os escandinavos. O grupo eslavo se dividiu em dois: um se encaminhou para o nordeste e dele descende a maioria dos russos; o outro se dirigiu para o sul e está representado pelos sérvios, croatas e bósnios. O grupo lético originou os letões, lituanos e prussianos.

Os Hindus, que após a invasão dos Árias para o ocidente e para o sul, formaram-se de cruzamentos sucessivos entre os habitantes primitivos da região (os Rutas); herdaram dos Árias avançados conhecimentos propulsores da civilização.

Os Egípcios, possuidores da mais avançada sabedoria.

Os Israelitas, povo orgulhoso, tenaz, fanático e inamovível nas suas convicções; povo heróico no sofrimento e na fidelidade religiosa.


Árias ou Arianos

Rama foi um jovem sacerdote que, após curar os enfermos arianos de uma peste grave, conquistou grande prestígio entre as massas formadas pelos homens brancos.

Guiados por Rama, os árias seguiram para o Oriente, aproximadamente no século XVIII a.C. Estabeleceram-se inicialmente no Irã, onde fundaram uma civilização branca. Posteriormente reiniciam sua marcha para a Índia, conforme é narrado no Zend-Avesta, por Zaratustra.

A marcha dos adeptos de Rama era pacífica, porém se defendiam quando atacados. Ao longo do seu caminho, no Irã e no Afeganistão, eles foram obrigados a lutar contra os negros, descendentes dos rutas, com suas fortalezas ciclópicas. Os sacerdotes negros impunham seu domínio pelo terror.

No século III a.C., o poeta Valmiki narrou em sânscrito a epopéia indiana liderada por Rama. O épico hindu denominado Ramayana relata a vida e as aventuras de Rama, príncipe de Ayoghya, e de Sita, flha do rei Janaka, que representam a imagem perfeita do homem-rei e sua esposa. Conta também a luta do príncipe contra o rei do Ceilão e mago negro Rávana, que havia raptado sua esposa Sita. Rama venceu e perseguiu Rávana, até o seu último refúgio, antigo Ceilão, hoje Sri Lanka.

Os árias, guiados por Rama, estabeleceram uma poderosa civilização espiritual na Índia, o Bramanismo, cuja escritura sagrada, em sânscrito, é os Vedas, o Conhecimento Divino. Na sua pureza iniciática o Bramanismo era bastante abstrato e não permitia estátua de deuses e seus símbolos maiores eram Agni, o Fogo sagrado e o suco de Soma, usado cerimonialmente.

Após a morte de Rama, alegando proteger a nova etnia indo-ariana e os conhecimentos bramânicos, os sacerdotes dividiram o povo em castas, identificando perfeitamente a soberba de um tipo psicológico exilado. As principais castas eram as seguintes: sacerdotes-brâmanes; guerreiros-sakyas; agricultores, comerciantes e artesões-vaisyas; servos-shudras. As duas últimas castas eram formadas por não ários. Havia uma quinta casta, denominada de intocáveis ou sem casta.

O povo hindu apesar de seu elevado grau de desenvolvimento espiritual, não aproveitou como devia, o seu acervo de experiências sagradas, pois seus habitantes deixaram tornarem-se orgulhosos. A organização das castas separara o povo para sempre. Pois elas, além de refletirem a hierarquia e superioridade dos ários, dividiram irremediavelmente os habitantes da Índia, no campo social e religioso. Os arianos não se compadeceram das raças atrasadas que encontraram pela frente e, cuja evolução, deviam encarar como seu próprio trabalho regenerador na face da Terra, pelo contrário, desprezaram muitos descendentes dos rutas, como párias da sociedade.

Absurdos sociais continuaram no seio de um povo de Mahatmas, onde os párias, considerados ralé, são obrigados a dar um sinal de alarme quando passam, a fim de que os venturosos se afastem do seu contágio maléfico! O que é de admirar, pois o povo hindu é um dos que mais acredita nas Leis da Reencarnação e do Carma entre outros na Terra. E é sob essas mesmas Leis, que o carma se faz sentir. Os soberanos rajás e os vaidosos bem nascidos voltam às mesmas estradas que transitaram sobre elefantes ricamente ajaezados, como mendigos desventurados, exibindo suas misérias e suas indigências e colhendo o mesmo desprezo que ajudaram a semear.