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domingo, 16 de agosto de 2009

Egito Romano (30 a.C. - 395 d.C.)

Busto do Imperador Caracala - Museu Estatal Pushkin de Belas Artes - Moscou
O original foi encontrado nos arredores de Roma, é parte da coleção de Farnese e agora está no Museu Arqueológico Nacional, Nápoles
Augusto fez do Egito uma província exclusivamente reservada ao imperador. Seu acesso foi interditado aos senadores; era a única província importante onde o imperador era representado por um personagem de nível equestre: o prefeito de Alexandria e do Egito; as legiões eram comandadas por prefeitos, igualmente de ordem equestre. O governo, a administração e a exploração econômica retomaram os métodos dos Lágidas. O Egito era um imenso celeiro que alimentava os romanos quatro meses por ano. Alexandria conservou um lugar capital na vida do mundo romano. Depois da descoberta do fenômeno das monções, a cada ano 120 navios partiam dos portos do Mar Vermelho para ir em busca de sedas, pérolas e perfumes da Índia, e a importância comercial de Alexandria, que redistribuía suas mercadorias preciosas, tornou-se ainda maior. O museu estava sempre em plena atividade, e a ciência alexandrina manifestou seu brilho com Ptolomeu e Apiano (séc. II a.C.). O Egito ficou isolado quando Caracala publicou a Constituição Antonina (212), na qual concedia a cidadania romana a todos os habitantes livres do império e ao mesmo tempo, não conferia direitos políticos reais aos novos cidadãos romanos. Tratados como vencidos, os nativos foram excluídos do direito de cidadania. Suas tradições religiosas permaneciam suspeitas, e os imperadores adotaram para com o clero nacional uma atitude de desconfiança. Algumas rebeliões camponesas, revoltas sangrentas em Alexandria, decorrentes dos choques das comunidades grega e judaica, as invasões dos etíopes no curso do séc. III foram os únicos acontecimentos marcantes. No entanto, o Egito tornou-se rapidamente cristão. Duas formas novas de vida religiosa ali se desenvolveram: o eremitismo e o monarquismo. Santo Antônio (250 - 356) foi o primeiro anacoreta a fixar-se no deserto. Por volta de 320, São Pacômio fundou um mosteiro a O de Tebas, onde agrupou 2500 monges. Sua irmã Maria fundou o primeiro convento de mulheres. O Egito cristão, adotando a língua copta, procurou preservar a sua cultura nacional. Alexandria conheceu o desenvolvimento de um brilhante pensamento cristão: Clemente de Alexandria (c. 190) apresentou o cristianismo como forma superior da gnose. Orígenes suplantou a glória de Clemente. Teve especial interesse na exegese bíblica. Suas Hexápla - onde justapôs, em seis colunas paralelas, o texto hebraico do Antigo Testamento, as principais traduções em grego e uma transliteração do hebraico para o alfabeto grego - serviram-lhe de base para comentários bíblicos, nos quais se valeu do método alegórico. Conhecedor profundo de todo o pensamento grego, usou de suas categorias para fazer a apologia do cristianismo até sua deposição e afastamento (c. 230).
O fim do século III foi marcado pelo início das grandes querelas cristológicas: o presbítero Ário, de Alexandria, que havia negado a divindade de Cristo, foi excomungado e depois condenado pelo Concílio Ecumênico de Nicéia (325). Atanásio (328-373), bispo de Alexandria, lutou contra o arianismo e os imperadores que o expulsaram de sua igreja. Enfim, Teodósio, imperador bizantino e último líder de um Império Romano unido. manifestou-se contra a doutrina de Ário (379), e o Egito apazigou-se. Os pagãos também haviam mantido uma brilhante escola neoplatônica, na qual lecionaram Orígenes e Plotino. As violências da multidão cristã obrigaram ao seu fechamento em 415.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Egito Helenístico (332 - 30 a.C.)

Cleópatra VII e Ptolomeu XV no Templo de Dendera - Egito

Desenho especulativo sobre o interior do quê foi um dia a antiga Biblioteca de Alexandria, já que a mesma foi destruída na Antiguidade. Próximo ao local onde esteve a original, em 2002, foi inaugurada a Bibliotheca Alexandrina numa comemoração em homenagem a antiga Biblioteca e financiada pela UNESCO em parceria com o governo egípcio

Em sua curta permanência (outono de 332 - primavera de 331 a.C.), Alexandre, o Grande, arrogou-se o papel de libertador e, deixando aos nativos suas leis e seus templos, fez reconhecer sua filiação divina, ao consular o oráculo do templo de Amon, no oásis de Siuah. Fundou Alexandria, novo mercado marítimo e centro de expansão da cultura helênica. Depois de sua morte (323 a.C.), a satrapia do Egito passou para um nobre macedônico, Ptolomeu, filho de Lagos, que se proclamou rei em 305 a.C. fundando a dinastia dos Lágidas (305 - 30 a. C.). Soberanos gregos residentes no Egito, os Lágidas foram, para os naturais, os sucessores dos faraós. Mantiveram a titulação, o vestuário e o calendário litúrgico tradicionais; a fim de evitar as dificuldades de sucessão, por vezes casavam-se com suas irmãs, como seus predecessores. Durante mais de um século dominaram o Mediterrâneo oriental. Suas possessões englobaram Chipre e numerosas ilhas e pontos de apoio no mar Egeu, até o Helesponto. A riqueza do Egito, que exploravam sem medida, deu-lhes os meios para uma grande política diplomática e militar. O relativo empobrecimento do país, no qual as rebeliões se multiplicavam, as querelas dinásticas e a intervenção romana no Oriente explicam o recuo do poderio lágida. Cleópatra VII (69-30) foi a última grande soberana da dinastia, e sua união com Marco Antônio equilibrou, temporariamente, o poderio ocidental; a vitória de Otávio em Actium (31 a.C.) eliminou essa política, e o Egito foi anexado por Roma. A dominação dos Lágidas sobre o Egito foi do tipo colonial: os naturais foram alijados de todos os cargos importantes e o país foi explorado por conquistadores helenos (macedônios ou gregos). Os gregos beneficiaram-se de uma relativa autonomia municipal nas cidades de Alexandria, Náucratis e Ptolomaida; tornaram-se proprietários de importantes domínios rurais e formaram os quadros de uma imensa administração cujos os arquivos foram escritos em papiros. A economia do país estava inteiramente a serviço dos interesses fiscais da monarquia, que transformou em monopólio certas atividades (produção e comércio da hulha - carvão mineral -, p. ex.) das quais extraiu enormes vantagens. Por causa da administração imposta aos camponeses, arrendatários estabelecidos em terras reais (a repartição dos produtos a serem cultivados, os preços das sementes e das colheitas, submissão a pesados impostos), numerosos lavradores fugiram e alcançaram as regiões próximas do deserto ou as terras pantanosas do Delta. Ao fim do séc. III começaram as revoltas camponesas, que não cessaram mais. Os Lágidas, enquanto isso, controlaram o clero; os templos foram conservados , quando não reconstruídos , e as cerimônias, celebradas. As duas comunidades, porém, raramente participavam, lado a lado, da adoração dos mesmos deuses. Ptolomeu I fundou o Museu de Alexandria, centro de pesquisas e imensa biblioteca que reuniu os maiores sábios (Arquimedes, Eratóstenes) e eruditos (Teócrito, Calímaco, Apolônio de Rodes) de todo o mundo grego. Foi através de Alexandria que a ciência e a literatura gregas foram difundidas e preservadas, chegando até nós.

domingo, 26 de julho de 2009

Baixa Época

Ao fim da XX dinastia, o constante desenvolvimento de uma burocracia frequentemente corrupta, o desejo de independência do Clero de Amon, as pretensões ao poder dos chefes militares estrangeiros (líbios, particularmente) enfraqueceram o poder central. Por volta de 1085, Smendes fundou a XXI dinastia, que governou o Delta, enquanto uma soberania paralela instalou-se em Tebas com Herihor, sumo-sarcedote de Amon e primeiro dos reis-pontífices. A unidade do Egito se quebrara. Era o início da Baixa Época (1085-333 a.C.), durante a qual reinaram inúmeras dinastias estrangeiras em um país constantemente entregue às invasões. A XXII dinastia, de origem líbia, reunificou o Egito por uns tempos, disputando, posteriormente, o Delta. O rei cuxita (sudanês) de Napata, Pianqui, em 750 a.C., subiu o rio até Tebas e estendeu o seu poder sobre o Alto Egito. O Delta era então administrado pela XXIV dinastia, nativa de Saís: Tefnakht e Bocóris impediram o seu avanço. Por volta de 715, Sabakon estabeleceu o poder cuxita no Egito, fundando a XXV dinastia. Os reis do Sul, para reforçar a sua dominação, colocaram as suas parentes como "divinas adoradoras de Amon" (esposas do deus) em Tebas; no entanto as dinastias locais do Baixo Egito não se submeteram. Aproximadamente em 671 a.C., o assírio Assaradão anexou o Delta; Assurbanipal subiu o Nilo por duas vezes até Tebas, que saqueou em 663. Porém, Psamético I, rei de Saís, perseguiu os assírios e os cuxitas e instaurou a dominação persa (341-333). A derrota de Dário III Comodano, em Issos, deixou o poder para Alexandre da Macedônia, que penetrou então no Egito.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Novo Império

O Templo de Karnak designa o complexo de santuários e outros edifícios, resultado de mais de dois mil anos de construções e acrescentos. No maior templo do Egito daquela época nenhum pormenor era descuidado, e durante a XIX dinastia trabalharam no templo cerca de 80.000 pessoas. O templo esteve submerso nas areias egípcias durante mais de 1.000 anos, antes dos trabalhos de escavação começarem em meados do século XVIII, a enorme tarefa de restauro e conservação continua até aos nossos dias.

Ocupou o período de 1580 a 1085 a.C. (XVIII a XX dinastias) e começou tendo Tebas como capital. Foi a era de ouro da monarquia faraônica; um período refinado, caracterizado por intensa atividade intelectual e artística. Karnak, na margem direita do Nilo, tornou-se uma área arquitetural imensa, onde foram empreendidas grandiosas construções para a glória do deus Amon-Rá, até a época romana; os hipogeus ( monumentos funerários subterrâneos) reais e das grandes famílias foram cavados na margem esquerda (Vale dos Reis, Vale das Rainhas). Tutmés III (1504-1450), em 17 campanhas militares, conquistou o Eufrates e a Núbia até a quinta catarata. Ramsés II (1301-1235) conteve o poderio hitita (povo indo-europeu) de Hatusílis na batalha de Qadesh, e os dois estados concluíram a aliança. Meneptah e depois Ramsés III (1198-1166) lutaram vitoriosamente contra as invasões dos Povos do Mar. Várias vezes esse grande império foi abalado por crises dinásticas (a rainha Hatshepsut, por exemplo, afastou do poder real seu enteado Tutmés III durante 20 anos) e por soberanos que negligenciaram a atividade militar e diplomática, como Amenófis IV (1372-1354). Consciente da importância excessiva que o clero de Tebas assumira, movido pessoalmente pela fé em um deus exclusivo, Aton (o disco solar), Amenófis IV fundou uma nova capital, Amarna, e procurou impor a todo o Império o culto de Aton. Seu fracasso, contudo, deixou claro que o Estado se encontrava ameaçado pela desordem administrativa.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Médio Império

Tumba encontrada em Tell el-Daba, onde os arqueólogos acreditam ser a antiga Avaris, capital da XIV dinastia, no Delta de Nilo. Porém, o período dos Hicsos é ainda obscuro na história do Egito, e entendido muito imperfeitamente. As escavações continuam apesar de o tempo ter conservado muito pouco no local.
Mais informações: www.ancient-egypt.org

A unidade foi reconstituída pelos príncipes de Tebas, os Antef, que fundaram a XI dinastia e inauguraram o Médio Império (aprox. 2160 - 1800 a.C.). Pela primeira vez, o primado religioso foi dado ao deus tebano Amon. Com a XII dinastia, a dos Amenemhat e dos Sesóstris, cuja a capital foi estabelecida em Licht (perto de Faium), a monarquia reencontrou seu poderio, patrocinada pelo deus Amon-Rá, cuja a personalidade representada a fusão das concepções do clero de Tebas com o de Heliópolis. Em torno do faraó, definido doravante como o "bom pastor" do povo, concentrava-se uma sociedade mais diferenciada , na qual aparecia uma classe média formada de escribas, técnicos e artistas. El-Fayum foi sistematicamente posto à prova; um exército, onde se misturavam elementos nacionais e mercenários, guardava a fronteira do nordeste, que foi fortificada. A Núbia foi colonizada até a terceira catarata. Do Sinai ao atual país dos somalis, expedições procuraram cobre, especiarias e pedras preciosas. Essa época, marcada por uma notável irradiação artística e literária, conheceu um progresso moral e religioso considerável, com o desenvolvimento do culto de Osíris; este permitia, desde então, a ascensão à eternidade a todos os homens (e não apenas ao rei), desde que eles reproduzissem os ritos que presidiram à paixão e à ressurreição do deus e conformassem suas vidas às exigências de justiça e de verdade. Em consequência das invasões dos povos indo-europeus (povos que se transferiram da Ásia central para a Europa e a Índia, não formavam uma raça específica) no Oriente Médio, vagas de nômades penetraram no Egito. Os egípcios denominaram esses invasores de hicsos (traduzindo significa: "governantes de países estrangeiros"), que dispunham de uma nova arma de combate: o carro de combate puxado a cavalo. De 1800 a 1600 aproximadamente, deu-se o segundo período intermediário, quando o país, dividido, foi submetido à tutela dos hicsos de Avaris. Os príncipes de Tebas, Kamósis e Amósis I perseguiram os hicsos, tomaram Avaris e restabeleceram a unidade do país.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Antigo Império

Pirâmide de Djoser no complexo funerário de Saqqara ao sul do Cairo, Egito
Foto by Hedwig Storch
Por volta de 2800 a.C., Djoser, primeiro rei da III dinastia, inaugurou o Antigo Império, que determinou com a VI dinastia, em aproximadamente 2400 a.C. Estabeleceu sua capital em Mênfis, e seu ministro Imotep construiu a primeira pirâmide de degraus , em Saqqara, que foi seguida pelas de Gizé, construídas por Quéops, Quéfren e Miquerinos. O poder real afirmou-se e organizou-se: surgiu a função do vizir, e uma casta de altos funcionários se constituiu. Utilizando os ensinamentos religiosos dos sacerdotes de Heliópolis, o faraó afirmou a proeminência de Rá, deus-sol, de quem se dizia filho. Trocas comerciais regulares foram estabelecidas com Biblos e a Fenícia, com Chipre e Creta. O Sinai foi explorado em razão de suas minas. A África tornou-se conhecida até os arredores da terceira catarata do rio Nilo. Sob a VI dinastia (Teti, Pepi I, Pepi II, que reinou 94 anos), o poder do faraó foi ameaçado pela oligarquia de altos funcionários da província e, possivelmente, pela oposição de camadas populares. De 2400 a 2160, houve o primeiro período intermediário: uma revolução social entregou o país à anarquia, à fome e às infiltrações estrangeiras. A IX e a X dinastias, em Heracleópolis (hoje Faium), só recuperaram o poder real sobre o Médio e o Baixo Egito.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Antigo Egito

Foto cortesia: www.franklin.ma.us

Antigo Egito é a expressão que define a civilização da Antiguidade que se desenvolveu no canto nordeste do continente africano, onde atualmente localiza-se o país Egito. A nação do antigo Egito tinha como fronteira a norte o Mar Mediterrâneo, a oeste o deserto da Líbia, a leste o deserto da Arábia e a sul a primeira catarata do rio Nilo.
A história do Antigo Egito inicia-se em cerca de 3.200 a.C. quando Narmer unificou os dois reinos então existentes: o do Alto Egito e do Baixo Egito. Coroado como rei dessa união, ele foi o primeiro dos reis que, durante 30 disnatias (segundo o esquema estabelecido no século III a.C. por Maneton) no curso de três milênios, reinaram no Egito até 333 a.C. Porém, a história do Antigo Egito termina em 30 a.C. quando o Egito, já então sob dominação estrangeira, se transformou numa província do Império Romano, após a derrota da rainha Cleópatra VII na Batalha de Ácio. Durante a sua longa história o Egito conheceria três grandes períodos marcados pela estabilidade política, prosperidade econômica e florescimento artístico, intercalados por três períodos de decadência.
A civilização egípcia foi umas das primeiras grandes civilizações da Humanidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas, literárias e religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenha sido também uma realidade.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

As Principais Divindades

Estátua do deus Amon em sua forma humana (18ª dinastia)
Egyptian National Museum - Cairo, Egito.

Amon foi visto como rei dos deuses e como força criadora de vida. Deus local de Karnak, constitui uma família divina com sua esposa Mut e seu filho Khonsu. Amon era também considerado o rei dos deuses. Muitas vezes era associado ao deus , formando assim o deus Amon-Rá, o deus que traz o sol e a vida ao Egito. Era representado na forma de um homem em túnicas reais com duas plumas no cabelo.



Atum é um deus da mitologia egípcia que protagoniza o mito da criação de Heliópolis. O seu nome em egípcio era Itemu, o que significa "Totalidade" ou "Estar completo". Inicialmente associado à terra, Atum passa a estar ligado ao sol, sendo entendido como uma manifestação deste ao entardecer.
Recentemente foi descoberto nas catacumbas do IAGA o suposto filho de Atum, Latarius, que teria participado na criação do universo com Atum, ficou apenas com o status de servidor de Jonas, a sua função exata até hoje é desconhecida pelas antigas inscrições egipcias.

Shu em painel de madeira do período ptolemaico (332 - 30 a.C.)
Malloy Egyptian Collection

Chu (ou Shu) é o deus egípcio do ar seco, do estado masculino, calor, luz e perfeição. Esta divindade é responsável por separar o céu da terra e é quem traz a vida com a luz do dia. Chu criou também as estrelas pelas quais os seres humanos podem elevar-se e atingir os céus e as colocou na cidade de Gaaemynu. Ele só se tornou popular a partir do Império Novo.


Faraó Ramsés II e Geb, Deus da Terra - Crédito da foto: Conselho Supremo de Antiguidades do Egito. Encontrado em um dos quatro templos descobertos recentemente em Qantara, no Egito.
Geb é o deus egípcio da terra, e também é considerado deus da morte, pois acreditava-se que ele aprisionava espíritos maus, para que não pudessem ir para o céu. Ele estimula o mundo material dos indivíduos e lhes assegura enterro no solo após a morte. Geb umedece o corpo humano na terra e o sela para a eternidade. Suas cores eram o verde (vida) e o preto (lama fértil do Nilo), responsável pela fertilidade e pelo sucesso nas colheitas.


Estátua de Hator no Museu de Luxor, Egito. Ela está datada na 18ª dinastia e foi encontrada no Templo de Luxor (foto by Kim Bach).

Museu do Louvre: Sistros do Antigo Egito em faiança. O sistro é um instrumento de percussão que produz um som achocalhado. A faiança é uma forma de cerâmica branca, mas houveram exemplares de sistros em bronze e em madeira.

Hator é uma das deusas mais veneradas do Egito Antigo, a deusa das mulheres, dos céus, do amor, da alegria, do vinho, da dança, da fertilidade e da necrópole de Tebas, pois sai da falésia para acolher os mortos e velar os túmulos. A deusa trazia a felicidade como a legítima portadora do sistro e era chamada de "dama da embriaguez", sendo muito celebrada em festas.


Na cidade de Edfu, o deus Hórus foi muito adorado e é o endereço do majestoso templo que foi erguido em sua homenagem. O Templo de Hórus é um dos edifícios sagrados mais conservados da civilização do Antigo Egito.



O falcão é a representação desta divindade, mas pode ser visto como cabeça de falcão em corpo de homem. Esta estátua de granito adorna a entrada do Templo em Edfu.

Hórus é o deus dos céus, filho de Osíris e Ísis, embora sua concepção tenha ocorrido após a morte do pai. Segundo a mitologia egípcia, Hórus matou Seth (O Diabo, o Mal), tanto pela vingança da morte do pai, como pela disputa do comando do Egito. Ele perdeu um olho nessa luta que foi substituído por um amuleto de serpente, o qual os faraós passaram a usar na frente das coroas. O olho de Hórus, anteriormente chamado de Olho de , simbolizava o poder real e foi um dos amuletos mais usados no Egito em todas as épocas. O olho que Hórus feriu (o olho esquerdo) é o olho da lua, o outro é o olho do sol. Esta é uma explicação dos egípcios para as fases da lua, que seria o olho ferido de Hórus.
Depois da recuperação, Hórus pode organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Seth, tornando-o rei dos vivos no Egito.


As obras de construção do Templo de Ísis (foto acima) iniciaram-se durante o reinado de Ptolemeu II ( 284-246 a.C ) na pequena ilha de granito Philae, e continuaram durante os reinados dos Ptolemeus IV, V, VI, VII e XI. Os monumentos de Philae estavam submersos quando o nível de água do rio Nilo ascendeu devido à construção da Grande Barragem. De acordo com o projeto do governo egípcio e a UNESCO para salvar o Templo e demais monumentos, a ilha vizinha de Agilica foi bem preparada para assemelhar-se a topografia da ilha original de Philae. Ao transferir todos os monumentos a nova ilha, iniciou-se o processo de reconstrução que foi concluído em 1980 e a ilha de Agilica passou a ser chamada de Philae.


Deusa Ísis, no templo de Ramsés III (Medinet Habu), Luxor.

Ísis é a deusa-mãe da mitologia egípcia, divindade do amor e da mágica. Quando Osíris, seu irmão e marido, herdou o poder no Egito, ela trabalhou junto com ele para civilizar o Vale do Nilo, ensinando a curar os doentes e introduzindo o conceito do casamento. Ela governava as duas terras, o Alto e o Baixo Egito, com sabedoria enquanto Osíris viajava pelo mundo difundindo a civilização. Seth armou uma cilada para assassinar o rei e ocupar o seu lugar. Ele cometeu o crime e lançou a urna com o corpo do seu irmão ao Nilo. Quando Ísis descobriu o ocorrido, afastou todo o desespero que a assombrava e resolveu procurar o seu marido, peregrinando por todo o Egito na busca do seu amado. Há muitas lendas em torno dessa divindade e desses fatos, a versão de Plutarco, escritor grego, é a mais conhecida dentre elas. As controvérsias são inúmeras desde os rituais de ressurreição usados por Ísis em Osíris até a maneira como conceberam o próprio filho. O mito que se consagrou foi de uma mãe e uma deusa amorosa que tudo perdoava a seus seguidores. Como a Abençoada Virgem Maria, tão conhecida atualmente no Ocidente e no Oriente, a rainha Ísis concebera seu filho por meios divinos. Do morto e castrado Osíris, ela extraiu por conta própria a semente viva. E muitas vezes foi retratada em pinturas ou esculturas com o divino filho, Hórus, sobre o joelho. Tinha o busto nu em total inocência para alimentar o jovem deus.


Estátua da Deusa Néftis (XXII Dinastia) - Museu do Louvre

Néftis é uma divindade da mitologia egípcia. Representava as terras áridas e secas do deserto e a morte. O seu nome significa "Senhora da Casa" ou "Senhora do Castelo", entende-se como casa o lugar onde Hórus vive. A deusa era representada como uma figura feminina com o seu nome em hieróglifo na sua cabeça.
Quarta filha de Nut e Geb, irmã de Osíris, Ísis e Seth, desposou este último. Após uma briga com o marido Seth, fantasiou-se de sua irmã Ísis. Osíris, pensando que era a sua mulher, teve relações com ela. Dessa união, nasceu Anúbis, deus dos embalsamadores. Seth ao descobrir a traição usou como pretexto para esquartejar Osíris e Néftis ajudou Ísis a recolher os restos do corpo.


Nut com o seu corpo alongado, coberto por estrelas, forma o arco da abóbada celeste que se estende sobre a terra. É como um abraço da deusa do céu sobre Geb, o deus da Terra.

Nut significa o céu que acolhe os mortos no seu império. Esta deusa egípcia era consagrada tradicionalmente no dia 25 de fevereiro e invocada como a mãe dos deuses. No túmulo de Tutankhamon foi encontrado junto a sua múmia um peitoral no qual era invocado a proteção desta deusa: “Nut minha divina mãe, abre tuas asas sobre mim enquanto brilharem nos céus as imorredouras estrelas”.


Ilustração do Livro dos Mortos: Hórus apresenta o morto para Osíris para o julgamento de sua alma.

Osíris era um deus da mitologia egípcia, associado à vegetação e a vida no Além. Foi um dos deuses mais populares do Antigo Egito, cujo culto remontava às épocas remotas da história egípcia e que continuou até à era Greco-Romana, quando o Egito perdeu a sua independência política. Inúmeros templos foram dedicados à Osíris por todo o país; porém, o seu começo foi como o de qualquer divindade local. Para os seus primeiros adoradores, Osíris era apenas a encarnação das forças da terra e das plantas. À medida que o seu culto foi se difundindo por todo o espaço do Egito, Osíris enriqueceu-se com os atributos das divindades que suplantava, até que, por fim substituiu a religião solar. Por outro lado a mitologia engendrou uma lenda em torno de Osíris, que foi recolhida fielmente por alguns escritores gregos, como Plutarco. A dupla imagem que de ambas as fontes chegou até nós deste deus, cuja cabeça aparece coberta com a mitra branca, é a de um ser bondoso que sofre uma morte cruel e que por ela assegura a vida e a felicidade eterna a todos os seus protegidos, bem como a de uma divindade que encarna a terra egipcia e a sua vegetação, destruída pelo sol e a seca, mas sempre ressurgida pelas águas do Nilo.


Papiro da 21ª Dinastia de Tanis com as formas iconográficas de ao centro: acima o homem com cabeça de falcão e abaixo o pássaro Benu - Museu do Louvre

é a principal divindade da mitologia egípcia, é o Deus do Sol. Como uma das culturas agrícolas mais antigas e mais bem sucedidas da Terra, os antigos egípcios deram ao seu deus sol, , a supremacia, reconhecendo a importância da luz do sol na produção de alimentos. Ao amanhecer, era visto como uma criança recém-nascida saindo do céu ou de uma vaca celeste, recebendo o nome de Khepri. Por volta do meio-dia era contemplado como um pássaro voando ou barco navegando. No pôr-do-sol, era visto como um homem velho descendo para a terra dos mortos, sendo conhecido como Atum. Durante a noite, , como um barco, navegava na direção leste através do mundo inferior em sua preparação para a ascensão do dia seguinte. Em sua jornada ele tinha que lutar ou escapar de Apep, a grande serpente do mundo inferior que tentava devorá-lo. Parte da veneração a envolvia a criação de magias para auxiliá-lo ou protegê-lo em sua luta noturna com Apep, ajudando-o a garantir a volta do Sol. Rá foi adorado desde os tempos mais remotos da história do Antigo Egipto, encontrando-se associado desde cedo à realeza. Segundo alguns relatos, teria vivido em Heliópolis e teria governado o Egito antes do nascimento das dinastias históricas, sendo os faraós seus descendentes. O nome do primeiro rei da II dinastia, Raneb (" é o senhor"), foi a primeira alusão registada ao deus num nome real.


Coroamento do faraó por Seth e Hórus
Templo de Abu Simbel

Seth é o deus egípcio da violência e da desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes. Seth era encarnação do espírito do mal e irmão de Osíris, o deus que trouxe a civilização para o Egito. Seth era também o deus da tempestade no Alto Egito. Era marido e irmão de Néftis. Ele originalmente auxiliava em sua eterna luta contra a serpente Apep na barca lunar, e nesse sentido Seth era originalmente visto como um deus bom.
No Livro dos Mortos, Seth é chamado "O Senhor dos Céus do Norte" e é considerado responsável pelas tempestades e a mudança de tempo. A história do longo conflito entre Seth e Hórus é vista por alguns como uma representação de uma grande batalha entre cultos no Egito cujo culto vencedor pode ter transformado o deus do culto inimigo em deus do mal. Seth é, na verdade, a representação do supremo sacrifício em prol da justiça.

A deusa representada como mulher usando disco solar e a serpente Uraeus sobre a cabeça de leoa (foto by Gérard Ducher)
Tefnut é a deusa que personificava a umidade e as nuvens. Esta deusa simbolizava a generosidade e também as dádivas, enquanto seu irmão e marido Shu afasta a fome dos mortos, ela afasta a sede. Juntos formaram o primeiro par de divindades da Enneade de Heliópolis.


No Vale das Rainhas existem cerca de oitenta túmulos de rainhas, príncipes e princesas.
Patrimonio Mundial da UNESCO

Pintura de Thot com cabeça de Íbis (ave)
Túmulo de Kaemouaset (filho de Ramsés III)
Vale das Rainhas - Luxor (Na margem ocidental do rio Nilo)

Thot é o deus da sabedoria, é cordato, assistente e secretário-arquivista dos deuses. É uma divindade lunar que tem a seu cargo além da sabedoria, a escrita, a aprendizagem, a magia, a medição do tempo, entre outros atributos. A importância desta divindade era notória, até porque o ciclo lunar era determinante em vários aspectos da atividade civil e religiosa da sociedade egípcia.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Divindades da Fertilidade

Relevo em calcário de proveniência desconhecida e datação 644 - 335 a.C. A esquerda de Bés encontra-se Beset.
Museu Allard Pierson - Amsterdam - Holanda

Bés era uma antiga divindade egípica representada por um anão robusto e monstruoso. Era o bobo dos deuses, senhor do prazer e da alegria. Ele é muitas vezes representado com a língua de fora e segurando um chocalho. Quando esculpido ou pintado na parede, ele nunca aparece de perfil, mas sempre de frente, o que é único na arte egípcia. Bés é um deus pouco vulgar. Ele não parece ser egípcio, mas de onde ele vem é desconhecido. Ele parece-se com deuses encontrados na África central e do sul. Bés era inicialmente o protetor do parto. Durante o nascimento, ele dançava à volta do quarto, abanando o seu chocalho e gritando para assustar demônios que de outro modo poderiam amaldiçoar a criança. Depois da criança nascer, Bés ficava ao lado do berço entretendo o bebê. Quando a criança ria ou sorria sem motivo aparente, acreditava-se que Bés estava no quarto fazendo caretas.


Escultura de arenito do deus egípcio Khnum de 1550 a.C.

"Estela da Fome" - Ilha Sehel

Khnum é um deus com origens antigas, que possivelmente remontam à época pré-dinástica. Este deus representava os aspectos criativos; acreditava-se que Khnum regulava as águas do Nilo e estava também ligado à criação dos seres humanos.
Uma tradição afirma que o rei Djoser estava preocupado com uma fome de sete anos que se tinha abatido sobre o Egipto. O rei compreende que esta situação esta associada ao fato de Khnum não permitir a circulação das águas do Nilo, que prende com as suas sandálias. O rei decide então realizar oferendas à divindade, que surge num sonho a pedir que continue a honrá-lo convenientemente e um templo foi construído para Khnum na esperança de acabar com a seca e a fome. Esta história encontra-se gravada num estela da época ptolomeica, conhecida como a "estela da fome" e é provável que tenha pouco valor histórico, dado longo período de tempo que decorre entre Djoser e a era ptolomeica.


O deus-Nilo representado nesta estátua de arenito - 900 a.C. - British Museum

Os egípcios personificavam o rio Nilo como o deus Hapi. Esta divindade representava a inundação anual a que o Antigo Egipto estava sujeito entre meados de Julho e Outubro pelas águas do Nilo.
Hapi não tinha templos a si dedicados, mas era associado à região da primeira catarata do Nilo (ilha de Biga, onde se dizia que residia) ou ao vértice do Delta do Nilo, perto da cidade do Cairo. Era por vezes representado de forma duplicada no símbolo do sema-taui, símbolo que representava a união do Alto e do Baixo Egito, ao atar as duas plantas heráldicas: o lótus e o papiro.


Cena do Livro dos Mortos que representa a pesagem do coração. No canto esquerdo é possível ver a deusa Meskhenet.

O nome Meskhenet significa "o lugar onde a pessoa se agacha" e está relacionado com o fato das mulheres egípcias darem à luz em posição agachada com os pés posicionados sobre tijolos. A deusa que era assossiada ao parto, moldava o ka dos seres, assegurava o nascimento destes em segurança e decidia o destino de cada um deles. Surgia também depois da morte, já que estava presente na chamada "Sala das Duas Verdades" onde os seres humanos eram julgados pelos atos que tinham praticado, informando sobre o que a pessoa tinha feito. Estava presente no momento em que o coração era pesado e simbolicamente assistia ao novo nascimento da pessoa, caso a esta lhe fosse atribuída uma existência no paraíso.
Acreditou-se que a deusa ajudou no nascimento de três reis da V Dinastia, Userkaf, Sahuré e Neferirkaré, assegurando que cada um deles seria rei.


Estátua em bronze de Nefertum no British Museum
(aproximadamente 500 a.C.)

Nefertum era um deus da mitologia egípcia que estava associado à beleza e aos perfumes. É um deus antigo, originário do Baixo Egito e mencionado nos Textos das Pirâmides (hieróglifos) - século XXIV a.C. Vários autores defenderam significados para o seu nome como "Lótus", "Perfeição absoluta" ou "Atum, o belo". Na cosmogonia de Heliópolis o deus era associado a Atum, sendo visto como a manifestação deste deus como a criança que saiu da flor de lótus e apareceu no monte primordial que emergiu das águas. De acordo com o relato, as lágrimas derramadas por este menino deram origem à humanidade. Na cidade de Mênfis formou a partir do Império Novo uma tríade (agrupamento de três deuses) com os deuses Ptah e e a deusa Sekhmet, sendo porém frequentemente susbtituído nesta tríade pelo arquiteto Imhotep. Nefertum não tinha templos nem sacerdotes associados ao seu culto, que segundo o que se sabe, consistia no porte pessoal de pequenas estátuas do deus, usadas como amuletos.


Sekhmet no Templo de Karnak

Na mitologia egípcia Sekhmet é a deusa da guerra e das doenças. Possui força e coragem, e tem como missão proteger o deus e o faraó. Conta-se que ordenou a Sekhmet que castigasse a humanidade por causa de sua desobediência. A deusa executou a tarefa com tamanha fúria que o deus precisou embebedá-la para que ela não acabasse exterminando toda a raça humana. Venerada nos santuários de Mênfis como esposa de Ptah e mãe de Nefertum.


Templo de Satet (18ª dinastia) na Elefantina, ilha no rio Nilo ao sul do Egito

Satet era considerada a deusa das plantações. O cetro de talo de flor de lótus era característica dessa deusa, representando a necessidade da afinidade com o ambiente para a realização da criação. Satet era responsável pela inundação do Nilo (que gerava a fertilidade dos solos no Antigo Egito).


Estátua em bronze de Ptah encontrado em Sakara - o Serapeum - 26ª dinastia (664 - 525 a.C.)
Museu de Antiguidade do Cairo - Egito

Ptah é o deus construtor, o criador e divindade patrona da cidade de Mênfis. Ao contrário de Seker, outro deus construtor, Ptah está associado às obras em pedra. Ápis era seu oráculo. Mais tarde foi combinado com Seker e Osíris para criar a deidade composta Ptah-Seker-Osiris. Ele é marido de Sekhmet e, por vezes, de Bastet. Seus filhos incluem Nefertem, Mihos, Imhotep e Maahes. Em alguns mitos, é o criador de .


O deus Min no Museu do Louvre - França

Min era a divindade que promovia a fertilidade. Seus amuletos tinham nítida conotação sexual e seu possuidor acreditava melhorar a eficácia profilática. O artesão egípcio, dotado de um sentido demasiadamente desenvolvido de estética e servido por uma imaginação extremamente fecunda, produzia símbolos fálicos com a figura do deus Min na sua posição característica com o braço direito levantando o falo ereto.


Anuket representada como uma mulher que usava um toucado formado por plumas na cabeça

Anuket era uma deusa da mitologia egípcia, inicialmente ligada à água, tendo se tornado mais tarde uma divindade associada à sexualidade e à luxúria. O seu nome significa "abraçar". O seu culto estava centrado na região da primeira catarata do Nilo, mas especificamente na ilha de Sehel. Em Elefantina era agrupada com Khnum (considerado como o seu marido) e com Satis. A deusa adquiriu grande popularidade em períodos durantes os quais o Egipto dominava regiões situadas para além da primeira catarata.

domingo, 23 de novembro de 2008

Divindades da Realeza

No British Museum os gatos egípcios mumificados em louvor à Deusa Bastet

Bastet é uma divindade solar e deusa da fertilidade, além de protetora das mulheres grávidas. Também tinha o poder sobre os eclipses solares. A deusa está presente no panteão desde a época da II dinastia. Por vezes é confundida como Sekhmet, adquirindo neste caso o aspecto feroz de leoa. Certa vez, ordenou a Sekhmet que castigasse a humanidade por causa de sua desobediência. A deusa, que é representada com cabeça de leoa, executou a tarefa com tamanha fúria que o deus precisou embebedá-la com cerveja para que ela não acabasse exterminando toda a raça humana. O que acabou originando a deusa Bastet. Era a esposa de Ptah, com quem foi mãe de Nefertum e Mihos. Nos seus templos foram criados gatos que eram considerados como encarnação da deusa e que eram por essa razão tratados da melhor maneira possível. Quando estes animais morriam eram mumificados, sendo enterrados em locais reservados para eles.


A nível iconográfico Iah era representado, na sua forma antropomórfica, com um disco solar e crescente da lua nova sobre a sua cabeça, onde também tinha uma trança lateral característica das crianças egípcias.

Iah ou Aah era o deus da lua. As primeiras presenças do nome "Iah" referem-se à lua enquanto satélite do planeta terra. Mais tarde, a palavra passaria a designar uma divindade. Alcançou grande popularidade na época que se seguiu ao Império Médio, ou seja, na época de dominação do Egito pelos Hicsos, um povo oriundo da Palestina.



No Museu Karnak a céu aberto, encontramos Mafdet representada como um animal (que ainda não foi possível identificar, sendo talvez uma pantera ou lince) que subia por um bastão curvado na parte superior que tinha uma corda e uma lâmina. Este instrumento era usado na aplicação da justiça.

Mafdet era a deusa associada à justiça e ao poder real e seu nome significa provavelmente "a corredora". É uma divindade muito antiga, que já era adorada no tempo da I Dinastia (Época Tinita). Acreditava-se que a deusa combatia os escorpiões e as serpentes com as suas garras afiadas. Para além deste aspecto feroz, Mafdet tinha igualmente um lado benéfico, sendo invocada para afastar as picadas dos escorpiões e das serpentes. Era por isso chamada de "Senhora da Casa da Vida", uma referência ao local onde se curavam os doentes no Antigo Egito. A deusa era também encarada como protetora do faraó.


Montu (observe o hierógrifo do seu nome ao lado direito da sua coroa) no Templo de Karnak - o museu ao ar livre (sul do Cairo).

De início Montu era um deus solar, associado a (Montu-Ré), sendo considerado como a manifestação destrutiva do calor do sol. Foi no tempo da XI dinastia que Montu adquiriu características associadas à vitória e à guerra. Era conhecido como o "senhor de Tebas", situando-se o seu principal centro de culto em Hermontis.



Nekhbet era representada como um abutre que usa a coroa branca, agarrando com as suas patas o ceptro uas ou o anel chen. Na peça acima, a divindade está ao lado do símbolo o olho da deusa Uadjit.

Nekhbet é originária da cidade de Nekheb no Alto Egito e era também uma das deusas protetoras da realeza egípcia. A deusa protegia os nascimentos, em especial o nascimento dos reis. Junto com Uadjit poderia ser representada no toucado dos faraós, acreditando-se que estas poderiam repelir os inimigos do soberano.


Sobek no único templo duplo egípcio, o Kom Ombo, assim chamado por ser dedicado a duas divindades: Sobek e Hórus

Sobek ou Sebek é o deus-crocodilo da fertilidade e criador do mundo, no Antigo Egito, por vezes identificado com ou Set e tido como filho de Neit. Oriundo das regiões do Faium, este deus está associado à astúcia, paciência e à crise, à tudo que interrompe o curso natural das coisas.



Mulher com cabeça de leoa para aludir ao aspecto de defensora da realeza

Uadjit era na mitologia egípcia a deusa padroeira do Baixo Egito e seu nome significa "A verde" (cor das serpentes) e "A da cor do papiro" (numa alusão à planta do papiro, que teria sido por ela criada e que era a planta heráldica do Baixo Egipto). Uadjit começou por ser uma divindade ligada à vegetação tendo se transformado numa deusa da realeza. Ela foi integrada na lenda de Osíris, na qual é ela quem toma conta do pequeno Hórus, escondido nos pântanos do Delta, o qual alimentou com o seu leite, enquanto Ísis procurava por Osíris.

sábado, 22 de novembro de 2008

Divindades Funerárias

Capítulo dos Mortos, Livro de Maat: " Nós, os Chacais, sacerdotes de Anúbis, somos os guardiães de suas tumbas gloriosas ou sepulturas humildes. Somos os guardiães dos mortos. Somos os servos de Anúbis. Somos a Cinópolis."

Ánubis é o antigo deus egípcio da morte e dos moribundos, por vezes também considerado deus do submundo. Conhecido como deus do embalsamamento, presidia às mumificações e era também o guardião das necrópoles, das tumbas, e o juiz dos mortos. Os egípcios acreditavam que Ánubis guiava a alma dos mortos no Além. Os sacerdotes de Anúbis usavam máscaras de chacais durante os rituais de mumificação. Esta divindade é uma das mais antigas da mitologia egípcia e seu papel mudou à medida que os mitos amadureciam, passando de principal deus do mundo inferior a juiz dos mortos, depois que Osíris assumiu aquele papel. A associação de Anúbis com chacais provavelmente se deve ao fato de estes perambularem pelos cemitérios. Alguns egiptologistas se referem ao "animal de Anúbis" para indicar a espécie desconhecida que ele representava. As cidades dedicadas a Anúbis eram conhecidas pelo grande número de múmias e até por cemitérios inteiros de cães.


Representação dos Filhos de Hórus em vasos canópicos da XIX Dinastia

Filhos de Hórus é a designação dada a quatro deuses do Antigo Egito: Imseti, Hapi, Duamutef e Kebehsenuef. Estes deuses estavam estritamente ligados ao culto funerário, não tendo sido alvo de nenhum culto em templos. Pouco se sabe sobre a origem destes deuses, que já eram vistos como filho do deus Hórus desde a época do Império Antigo. Nos Textos das Pirâmides são mencionados catorze vezes, sendo responsáveis por ajudar o defunto na sua viagem para o Além. Cada um deste deuses era visto como o guardião de um dos órgãos internos do falecido. Durante o processo de mumificação os órgãos internos eram retirados e colocados nos chamados vasos canópicos. A partir da XVIII Dinastia a tampa destes vasos passou a reproduzir a cabeça destes deuses (anteriormente reproduzia-se a face idealizada do defunto).



Templo de Meretseger e Ptah cavado na rocha próximo do Vale das Rainhas

Meretseguer ou Meretseger era uma deusa-cobra e o seu nome significa "a que ama o silêncio" ou "amada pelo silêncio". Era representada como simples cobra, como uma mulher com cabeça de cobra ou como uma cobra com cabeça de mulher. Tinha por vezes um toucado constituído por disco solar e cornos. As informações mais antigas sobre a deusa datam da época do Império Médio. Durante a época do Império Novo a deusa tornou-se guardiã dos túmulos das necrópoles de Tebas (Vale dos Reis), acreditando-se que atacava aqueles que tentavam pilhá-los. A deusa era detentora de uma certa ambiguidade: atacava os trabalhadores que cometiam crimes ou mentiam, castigando-os com a cegueira ou através de picadas venenosas, mas ao mesmo tempo poderia curar os que se mostrassem arrependidos. Quando se abandonou o Vale dos Reis como necrópole real, na XXI Dinastia, o seu culto (que nunca ultrapassou o âmbito local) entrou em decadência.


Serket representada em estátua de ouro que "protegia" Tutankhamen em seu sarcófago

Serket foi a deusa escorpião e o seu nome é uma abreviação da expressão Serket-Hetyt que significa "Aquela que faz respirar a garganta" ou, de acordo com outra interpretação, "Aquela que facilita a respiração na garganta"; no primeiro caso aludia-se ao facilitar da respiração dos récem-nascidos e no segundo ao seu papel benéfico na cura de picadas de escorpião (sendo um dos efeitos destas picadas a sensação de sufoco). A referência mais antiga que se conhece à deusa data do tempo da I dinastia. De início não possuía as características benéficas que adquire mais tarde. Era a mãe (ou esposa) do deus serpente Nehebkau, cuja função era proteger a realeza e que vivia no mundo dos defuntos. Devido a esta associação, Serket era vista como guardiã de uma das quatro portas do mundo subterrâneo, prendendo os mortos com correntes.



Sokar "gravado" no túmulo de Ramsés VII (XX dinastia egípcia)

Sokar era um deus funerário e seu nome significa "o que está encerrado". Era representado como um falcão ou como um homem mumificado com cabeça de falcão com uma coroa atef (coroa branca do Alto Egito com duas plumas). Era o deus de Sakara, a necrópole da cidade de Mênfis, uma das várias capitais que o Antigo Egito teve.