domingo, 16 de agosto de 2009

Egito Romano (30 a.C. - 395 d.C.)

Busto do Imperador Caracala - Museu Estatal Pushkin de Belas Artes - Moscou
O original foi encontrado nos arredores de Roma, é parte da coleção de Farnese e agora está no Museu Arqueológico Nacional, Nápoles
Augusto fez do Egito uma província exclusivamente reservada ao imperador. Seu acesso foi interditado aos senadores; era a única província importante onde o imperador era representado por um personagem de nível equestre: o prefeito de Alexandria e do Egito; as legiões eram comandadas por prefeitos, igualmente de ordem equestre. O governo, a administração e a exploração econômica retomaram os métodos dos Lágidas. O Egito era um imenso celeiro que alimentava os romanos quatro meses por ano. Alexandria conservou um lugar capital na vida do mundo romano. Depois da descoberta do fenômeno das monções, a cada ano 120 navios partiam dos portos do Mar Vermelho para ir em busca de sedas, pérolas e perfumes da Índia, e a importância comercial de Alexandria, que redistribuía suas mercadorias preciosas, tornou-se ainda maior. O museu estava sempre em plena atividade, e a ciência alexandrina manifestou seu brilho com Ptolomeu e Apiano (séc. II a.C.). O Egito ficou isolado quando Caracala publicou a Constituição Antonina (212), na qual concedia a cidadania romana a todos os habitantes livres do império e ao mesmo tempo, não conferia direitos políticos reais aos novos cidadãos romanos. Tratados como vencidos, os nativos foram excluídos do direito de cidadania. Suas tradições religiosas permaneciam suspeitas, e os imperadores adotaram para com o clero nacional uma atitude de desconfiança. Algumas rebeliões camponesas, revoltas sangrentas em Alexandria, decorrentes dos choques das comunidades grega e judaica, as invasões dos etíopes no curso do séc. III foram os únicos acontecimentos marcantes. No entanto, o Egito tornou-se rapidamente cristão. Duas formas novas de vida religiosa ali se desenvolveram: o eremitismo e o monarquismo. Santo Antônio (250 - 356) foi o primeiro anacoreta a fixar-se no deserto. Por volta de 320, São Pacômio fundou um mosteiro a O de Tebas, onde agrupou 2500 monges. Sua irmã Maria fundou o primeiro convento de mulheres. O Egito cristão, adotando a língua copta, procurou preservar a sua cultura nacional. Alexandria conheceu o desenvolvimento de um brilhante pensamento cristão: Clemente de Alexandria (c. 190) apresentou o cristianismo como forma superior da gnose. Orígenes suplantou a glória de Clemente. Teve especial interesse na exegese bíblica. Suas Hexápla - onde justapôs, em seis colunas paralelas, o texto hebraico do Antigo Testamento, as principais traduções em grego e uma transliteração do hebraico para o alfabeto grego - serviram-lhe de base para comentários bíblicos, nos quais se valeu do método alegórico. Conhecedor profundo de todo o pensamento grego, usou de suas categorias para fazer a apologia do cristianismo até sua deposição e afastamento (c. 230).
O fim do século III foi marcado pelo início das grandes querelas cristológicas: o presbítero Ário, de Alexandria, que havia negado a divindade de Cristo, foi excomungado e depois condenado pelo Concílio Ecumênico de Nicéia (325). Atanásio (328-373), bispo de Alexandria, lutou contra o arianismo e os imperadores que o expulsaram de sua igreja. Enfim, Teodósio, imperador bizantino e último líder de um Império Romano unido. manifestou-se contra a doutrina de Ário (379), e o Egito apazigou-se. Os pagãos também haviam mantido uma brilhante escola neoplatônica, na qual lecionaram Orígenes e Plotino. As violências da multidão cristã obrigaram ao seu fechamento em 415.

3 comentários:

JUREMA disse...

Parabens pelo teu blog ,é bem sugestivo e nos faz viajar ainda que em alma ,quando o corpo se encontra incapacitado.
Amo o Egito e o mais estranho é que vc tem algo na aura que me lembra esta civilização .
Obrigada pela oportunidade que me deu de ir com os olhos ,onde o corpo ainda não conheceu. bjs

Jorge disse...

A partir dos teus posts, mais vou aprendendo sobre o rico passado do homem.
Só posso agradecer pelo teu blog que é uma enciclopédia.

Beijo,
Jorge

Pink Poison disse...

Adoro História da Arte, embora a Grécia Antiga seja da minha preferencia, admiro os egipcios, belo trabalho. Beijinho