quinta-feira, 9 de julho de 2009

Novo Império

O Templo de Karnak designa o complexo de santuários e outros edifícios, resultado de mais de dois mil anos de construções e acrescentos. No maior templo do Egito daquela época nenhum pormenor era descuidado, e durante a XIX dinastia trabalharam no templo cerca de 80.000 pessoas. O templo esteve submerso nas areias egípcias durante mais de 1.000 anos, antes dos trabalhos de escavação começarem em meados do século XVIII, a enorme tarefa de restauro e conservação continua até aos nossos dias.

Ocupou o período de 1580 a 1085 a.C. (XVIII a XX dinastias) e começou tendo Tebas como capital. Foi a era de ouro da monarquia faraônica; um período refinado, caracterizado por intensa atividade intelectual e artística. Karnak, na margem direita do Nilo, tornou-se uma área arquitetural imensa, onde foram empreendidas grandiosas construções para a glória do deus Amon-Rá, até a época romana; os hipogeus ( monumentos funerários subterrâneos) reais e das grandes famílias foram cavados na margem esquerda (Vale dos Reis, Vale das Rainhas). Tutmés III (1504-1450), em 17 campanhas militares, conquistou o Eufrates e a Núbia até a quinta catarata. Ramsés II (1301-1235) conteve o poderio hitita (povo indo-europeu) de Hatusílis na batalha de Qadesh, e os dois estados concluíram a aliança. Meneptah e depois Ramsés III (1198-1166) lutaram vitoriosamente contra as invasões dos Povos do Mar. Várias vezes esse grande império foi abalado por crises dinásticas (a rainha Hatshepsut, por exemplo, afastou do poder real seu enteado Tutmés III durante 20 anos) e por soberanos que negligenciaram a atividade militar e diplomática, como Amenófis IV (1372-1354). Consciente da importância excessiva que o clero de Tebas assumira, movido pessoalmente pela fé em um deus exclusivo, Aton (o disco solar), Amenófis IV fundou uma nova capital, Amarna, e procurou impor a todo o Império o culto de Aton. Seu fracasso, contudo, deixou claro que o Estado se encontrava ameaçado pela desordem administrativa.

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