sábado, 8 de novembro de 2008

O Egito faraônico

O Egito foi uma savana até se iniciar o Neolítico. Por volta de 6.000 a.C. o território já tinha adquirido as características áridas que o caracterizam atualmente. O período pré-dinástico (período anterior às dinastias históricas) viu nascer no Alto Egito três culturas: a badariense, a amratiense e gerzeense.

Os documentos históricos desta época são escassos, reduzindo-se a alguns monumentos e alguns objetos que ostentam o nome dos governantes. A chamada "paleta de Narmer" é, sem dúvida, destes objetos, o mais importante e mais discutido. Uma das razões para esta falta de documentação deve-se ao fato da escrita estar em desenvolvimento, não existindo na forma acabada dos hieróglifos que conhecemos hoje.

Em cerca de 3.200 a.C., Narmer unificou os reinos do Alto Egito, cuja a coroa branca ele usava, e o Baixo Egito, cujo soberano usava coroa vermelha. Coroado com ambas, ele foi o primeiro dos reis que durante 30 dinastias no curso de três milênios reinaram no Egito. Segundo o esquema estabelecido no séc. III por Manethon, sacerdote e historiador, que identifica o primeiro rei pelo nome de Menés, provoca discórdias entre os egiptólogos, porque alguns defendem que Menés e Narmer são a mesma pessoa, outros acreditam que o primeiro rei foi Hórus Aha. A Paleta de Narmer é uma placa de xisto que comemora esta unificação. Um dos lados desta placa mostra Narmer usando a coroa do Alto Egito (a coroa branca), enquanto que o outro lado mostra-o com a coroa do Baixo Egito (a coroa vermelha) num cortejo triunfal.


Face frontal (reprodução) da Paleta de Narmer
Face posterior desta reprodução está exposta no Royal Ontario Museum, Canadá. Original encontra-se atualmente no Museu do Cairo, Egito.

É chamado de Época Tinita o período do reinado de Narmer e dos soberanos da I e da II dinastias, datando de cerca de 3.100 a.C. até cerca de 2.700a.C. Ele estabeleceu sua capital em Tis e lançou os alicerces da cidade nova de Mênfis. Nessa época se organizou a exploração agrícola e estabeleceu-se a relação entre faraó e sua filiação divina.

Durante a I dinastia os seus soberanos lançaram as bases para a futura grandeza do Egito, combatendo os Núbios (a sul), os Líbios (a oeste) e os Beduínos (a leste), populações que tinham como principal objetivo fixar-se no Egito.

As manifestações artísticas deste período revelam já uma grande perfeição e o culto dos mortos e a mumificação já eram praticados. O culto da maior parte das divindades egípcias também foi atestado.

Os primeiros monarcas do Antigo Egipto usavam apenas este nome: Hórus. Uma imagem de um falcão, que simboliza o deus Hórus, era colocada sobre o serekh, um painel retangular que representa a fachada do palácio real. Esta alusão ao deus Hórus estava relacionada com a história de Osíris, que tinha sido rei do Egito, antes de ter sido assassinado pelo seu irmão Set. A sua esposa e irmã Ísis teve um filho seu, Hórus, que vingou a morte do pai matando Set, tornando-se rei do Egito.

Nenhum comentário: